A história começa em março de 2020, quando a Covid-19 tirou de mim a pessoa mais acolhedora que eu conheci: a minha mãe. 

A dor foi tão devastadora e intensa, que eu senti que minha vida virou de cabeça para baixo, e, ali, nada fazia sentido. Então, foi nesse momento que eu recebi apoio e carinho do último lugar que eu esperaria um acolhimento: a internet. 

Durante todo o processo de internação e de luto, eu recebi diversas mensagens lindas pelo Instagram, inclusive de pessoas que eu nem ao menos conhecia. Como a internet, um lugar tão tóxico, se tornou um ambiente tão acolhedor nesse momento? 

E aí veio o insight. Assim, fui procurar no dicionário a definição de “acolhimento”, e foi então que tudo fez sentido, e a Comunicação Acolhedora passou a fazer parte dos meus objetivos de vida. 

Acolhimento: ato de receber bem, ou de ser bem recebido

Atualmente, eu sinto que estamos matando as nossas relações, sejam elas de qual natureza forem. Parece que nós somos uma junção de fios desencapados que, quando se encostam, não conseguimos prever se haverá um choque ou não. 

Todos os dias, entramos em disputas para descobrir quem está certo e quem está errado. Dessa forma, tentamos colocar o mundo em duas caixinhas de respostas binárias, sim ou não. 

Mas a verdade é que o mundo não cabe em apenas duas caixas. Pelo contrário: as pessoas são complexas, diversas e não são contidas em duas possibilidades. 

Por isso, precisamos passar a acolher quem fala com a gente. Ouvir com atenção, com humanidade, com compreensão. Todo mundo precisa de acolhimento. 

Nesse sentido, a Comunicação Acolhedora tem como proposta a empatia para ouvir e comunicar. É uma forma de receber bem uma informação, e refletir sobre ela antes de devolver a comunicação. 

Mas precisa acolher todo mundo?

Como eu comentei, o mundo é um lugar extremamente diversificado, e isso significa que sempre vamos encontrar pessoas que não entramos em acordo. 

E, como somos meros mortais, é claro que não vamos conseguir acolher todo mundo. 

Por outro lado, o ato de se afastar também é uma forma de acolhimento. Ao definir limites e evitar conflitos, estamos atuando também em nossa microrrevolução. Em alguns casos, o melhor é dar espaço para a pessoa ser ela e você, ser você. 

Então, é importante falar que meu objetivo não é falar sobre um mundo utópico em que todo mundo usa roupas coloridas e canta sobre suas emoções. Na verdade, a ideia da Comunicação Acolhedora é otimizar a fluidez da nossa comunicação com a família, amigos e claro, no trabalho. 

O ciclo da boa comunicação

Seja dentro das suas relações ou como empresa, para se comunicar com eficiência é preciso seguir 3 pontos: 

  • Saber ouvir;
  • Construir um pensamento calmo;
  • Explicar algo com contexto. 

Parece simples, né? Pois é. Mas, a verdade é que aplicar esses pontos todos os dias, de forma rotineira, acaba sendo muito desafiador. 

A seguir, vamos entender como cada ponto funciona. 

Saber ouvir

Quantas vezes você estava conversando com alguém e percebeu que não ouviu o que a pessoa disse porque o pensamento estava longe? Eu posso apostar que foram várias. 

Se você acompanha minhas redes sociais, provavelmente já se deparou com diversas publicações sobre a minha filha. Ela é a coisa mais importante da minha vida e eu amo estar com ela, mas, ainda assim, me pego no celular enquanto ela fala comigo. 

Então, se eu faço isso com a Nina, imagina como acontece com outras pessoas? 

Por isso, defino esse ponto como um dos centrais da Comunicação Acolhedora. É de extrema importância se fazer presente quando alguém fala com a gente, e realmente estar ali pela pessoa. 

Ouvir é fundamental para compreender. 

Construir um pensamento calmo

Bom, agora que ouvimos, precisamos construir um pensamento calmo sobre a informação. E isso é uma coisa que falta bastante no nosso dia a dia.

Muitas vezes, mal ouvimos e já temos uma resposta pronta, seja ela qual for. Aí respondemos na lata, e, só depois percebemos que tínhamos entendido errado.

É por esse motivo que precisamos exercitar a reflexão. Sendo assim, quando ouvir, busque parar, pensar, processar, em outras palavras: acolher. 

Explicar algo com contexto

Quando for responder à comunicação, leve tudo em consideração. O seu tom de voz, as palavras que escolher e até o momento. Afinal, tudo isso vai impactar em como a outra pessoa recebe sua informação.

Com isso, busque passar sua mensagem de forma completa e mais clara possível. 

É importante entender que acolher não é sobre passar a mão na cabeça, e sim, sobre falar as coisas de uma forma empática, inclusive o que precisa ser falado. 

Gosto muito de utilizar uma frase de Desmond Tutu (sul-africano vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1984) que diz: “não grite, melhore seus argumentos”. Todos os dias, precisamos buscar manter a calma em um mundo cada vez mais rápido e barulhento. 

Comunicação acolhedora é para os fortes

Afinal, não é fácil mudar nossos hábitos de comunicação, muito menos ser acolhedor no nosso dia a dia. 

Mas eu costumo dizer que é muito mais fácil ser legal do que ser c*zão. É muito melhor criar um ambiente de confiança e acolhimento onde estamos, do que viver em um clima tenso. 

Por isso, decidi falar sobre a Comunicação Acolhedora. Você já deve ter visto isso em algum lugar, provavelmente não com esse nome, mas o acolhimento é tendência. (e bom que seja assim!)

Estamos percebendo que nossas relações não estão sendo sustentáveis, e que estamos criando conflitos o tempo todo. Precisamos mudar.

Vamos começar uma microrrevolução?

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